Este mês entrevistamos nosso Vice-Presidente Sr. Alan de Matos Jorge. Excepcionalmente vamos dividir a entrevista em etapas, uma entrevista marcante e envolvente da trajetória de nosso irmão em nossa casa.
I Parte
SEIL - Como o Senhor conheceu a Sociedade Espírita Irmã Lavínia?
Alan: A exemplo de outros inúmeros irmãos conheci a Casa de oração da Irmã Lavínia através da “dor” e do “amor” (isto me faz lembrar aquele velho ditado entre os espíritas: se você não conhece o espiritismo pelo “amor”, poderá conhecê-lo pela “dor”).
No entanto, o que existe de diferente na minha história é que eu conheci a Casa da Irmã Lavínia através da “dor” e do “amor” de outras pessoas, no caso, meus pais, Jurandy Jorge e Helena de Matos Jorge.
Desta forma, para poder contar a minha história em nossa Casa, preciso contar antes, ainda que rapidamente, uma outra história emocionante que é a história de como os meus pais (Jurandy e Helena) conheceram a Casa de oração da Irmã Lavínia. Vamos a ela:
Em 1968 meus pais se casaram e, a exemplo do que ocorre com muitos brasileiros, viveram sempre uma vida com muitas dificuldades e privações. Em 1969 tiveram o seu primeiro filho (meu irmão Marcílio) e em 1970 o seu segundo (meu irmão Marlon).
Marcílio(acima a direita)Marlon (abaixo)
Meu pai Jurandy sempre trabalhou no serviço pesado da construção civil. Na década de 70 foi acometido por uma enfermidade extremamente séria no coração, enfermidade esta que foi se agravando ao longo dos anos sendo que, no ano de 1977, meu pai foi aposentado por invalidez com apenas 35 anos de idade. Seu coração era tão inchado que ele só conseguia dormir encostado (ele não conseguia dormir deitado por causa do coração inchado). Tomava remédios controlados de 8 em 8 horas.
O primeiro contato de meus pais com a Casa da Irmã Lavínia se deu no final de 1977, através de um convite feito pela nossa querida irmã EDITE SIMÕES,
que era (e ainda é) nossa vizinha, para o comparecimento em uma reunião pública (naquela época, as reuniões eram feitas no salão de baixo, pois o segundo andar da casa ainda estava em construção). Meus pais, já na primeira reunião, foram recebidos calorosamente pelo Presidente Fundador de nossa Casa, Sr. Sebastião Avelino Rocha, que os orientou a entrar e assistir à reunião pública.
Ao longo de 6 meses meus pais freqüentaram as reuniões públicas, sendo que neste período minha mãe já estava grávida de mim. Por isso, posso dizer hoje que eu já freqüentava a nossa casa antes mesmo de nascer! Eu nasci no dia 22 de julho de 1978.
Pois bem, em uma das reuniões públicas foi deixada na mesa uma mensagem psicografada com a oferta de uma cirurgia espiritual de coração, em nome de meu pai Jurandy Jorge.
Após as preparações devidas, a cirurgia espiritual no coração de meu pai aconteceu no início do ano de 1979, já no salão superior. Tal cirurgia contou com a presença do Sr. Sebastião, da nossa sempre lembrada irmã Dona Geralda Fernandes, do médium Muzio Ambrózio, da irmã Conceição Modesta, de minha mãe e de outros trabalhadores abnegados.
Após 6 meses da realização da cirurgia meu pai ficou completamente curado, cessando completamente o uso de qualquer medicamento. Meus pais ficaram freqüentando a Casa ainda por um período de 5 meses e depois simplesmente pararam de freqüentar a casa. Procuraram ajuda, encontraram a cura e depois abandonaram a casa.
Ficaram fora de nossa Casa de Oração durante 2 anos. No final destes 2 anos, meu pai Jurandy foi novamente acometido por outra séria enfermidade na coluna que provocou o encolhimento do nervo de sua pena esquerda em 2 centímetros.
Após longo tratamento no Hospital São Lucas, o médico optou pela realização de um procedimento cirúrgico visando a AMPUTAÇÃO DA PERNA ESQUERDA de meu pai 10 centímetros abaixo do joelho. Meu pai não compareceu na data marcada para a realização da cirurgia e decidiu procurar um médico particular.
Passados 6 meses de atendimento, em uma terça-feira pela manhã, o médico deu outra guia para meu pai visando novamente a AMPUTAÇÃO DE SUA PERNA ESQUERDA, desta vez 10 centímetros acima do joelho. Como o caso era grave, a cirurgia foi marcada para o dia seguinte (quarta-feira).
Meu pai voltou para a casa e neste mesmo dia (terça-feira), na parte da tarde, recebeu a visita inesperada do Sr. Sebastião que, entrando em nossa casa, encontrou meu pai deitado no sofá da sala e disse: “Eu não vim te visitar; vim mandado pelos espíritos para te dar um recado: você não vai fazer a cirurgia marcada para amanha e vocês vão comparecer no Centro na reunião de amanha (quarta-feira)”.
Diante de tal recado, meu pai não compareceu para a realização da cirurgia e meus pais foram ao Centro na quarta-feira para conversar com o Sr. Sebastião que disse ao meu pai: “Olha filho, você até agora tem duas opções: cadeira de rodas ou cemitério. Mas Deus não falou que não tem jeito não!”. Durante 6 meses meu pai foi tratado pessoalmente pelo Sr. Sebastião sendo que, ao final deste período, já estava completamente curado.
A partir daí, meus pais se tornaram freqüentadores assíduos da Casa de Oração da Irmã Lavínia e passaram a fazer parte de praticamente todas as atividades da Casa, sendo que até hoje, são trabalhadores de nossa casa, juntamente com outros irmãos abnegados.
Agora acredito que os irmãos entenderam o porquê eu disse no início que eu conheci o espiritismo e nossa Casa de Oração através da “dor” e do “amor” de outras pessoas (meus pais).
Helena de Matos (abaixo)
Jurandy Jorge(acima ao centro)
Fim da primeira parte.