6.4.08

Notícias da Casa - Entrevista

A partir dessa semana estamos lançando mais uma página. O “Notícias da
Casa” que já divulga as atividades, eventos e trabalhos passa a
publicar, mensalmente, uma entrevista com diretores, coordenadores ou
pessoas interessantes da casa.

Nosso primeiro entrevistado é o presidente da Associação, Senhor João
Barboza de Souza.
Freqüentador de nossa casa desde adolescente nosso irmão, hoje na
direção da entidade, já passou ao longo do tempo por muitos setores.



S.E.I.L.= Fale sobre o seu contato inicial com o espiritismo e como está
sendo sua caminhada na doutrina espírita desde então.

João Barboza:
Quando minha vovó materna mudou da cidade de Corinto, MG, juntamente com minha mãe e tios, chegamos a Belo Horizonte no início do ano de 1953, quando eu tinha 09 anos de idade. Naquela época eu sofria de reumatismo agudo que atingiu os meus joelhos, causando inchaço e muita dor, dificultando minha locomoção, e talvez em razão disto, eu era muito magro.
Posteriormente passei a sofrer alguns desmaios e síndrome de pânico... Eu tinha medo de tudo. Minha mãe procurou os médicos, mas a melhora não foi a desejada, o pânico e o medo de tudo pioravam cada vez mais. Minha avó era muito católica e por isto eu tinha de ir à igreja, mas, lá dentro eu começava a sentir mal e tinha crises de choro. Certo dia, nos meados do ano de 1958, alguém indicou para minha mãe uma casa espírita que funcionava na Rua Dourados, bairro São Geraldo, aqui em Belo Horizonte, próximo a linha férrea, e lá fomos nós, eu, minha mãe e um tio que já conhecia as pessoas daquela casa. Lá chegando fomos muito bem recepcionados pelo presidente, Sebastião Avelino Rocha, que a partir daquele momento passei a adotá-lo como pai, foi grande a simpatia que tive por ele (meu pai faleceu na cidade de Rancharias, sul do Estado São Paulo em 1949, e minha mãe ficou viúva com três filhos, sendo que eu era o mais velho com cinco anos de idade).
A partir daí, passei a me sentir feliz, aqueles males que eu sofria desapareceram, brotou uma nova esperança em minha vida. Dona Geralda Fernandes Bijo era a vice presidenta e umas das principais médiuns, com a qual eu tive grande afinidade, passei a participar das aulas de moral cristã, fazer campanha do quilo aos domingos e visitas a pessoas enfermas nas tardes de 5ª feira. Adaptei rapidamente aos trabalhos, desenvolvi as faculdades mediúnicas, passei a aplicar passes, fazia leituras dos livros básicos da doutrina espírita seguido dos comentários complementares.
Continuo até hoje tentando com os meus singelos trabalhos na Sociedade Espírita Irmã Lavínia, cobrir em parte os benefícios recebidos, como forma de amor e gratidão por todos que me ampararam, encarnados e desencarnados.



S.E.I.L. = Entre muitos trabalhos da casa qual foi (ou qual está sendo) seu maior desafio?

João Barboza:
Acredito que o maior desafio foi comigo mesmo, tentando mudar pensamentos, palavras e atitudes para me adaptar à realidade cristã espírita. Mas, na realidade, em termos de trabalho, eu tive muita dificuldade para captar e assimilar os novos ensinamentos e transmiti-los ao público freqüentador.

S.E.I.L = Qual trabalho mais gostou de desempenhar aqui na casa?

João Barboza:
Todos os trabalhos me causaram muita satisfação. Mas, o que mais me realizou, foram as oportunidades de transmitir às pessoas os ensinamentos da nossa doutrina e orientações àqueles carentes de uma palavra amiga.



S.E.I.l. = Quais os novos projetos, e os que gostaria de ver realizados?

João Barboza:
Na condição de presidente da casa, pretendo cumprir todos os projetos de ampliação e manutenção da parte física da nossa casa, que foram apresentados aos Diretores e Conselheiros no início deste ano de 2008, conforme consta em ata. No aspecto dos trabalhos espirituais, estamos mantendo todas as equipes em constante treinamento e sob orientação pessoal para que possamos manter sempre a boa vontade, humildade e muita disciplina.
Temos feito reuniões constantes com todos os médiuns e demais trabalhadores de departamentos de assistência social visando a integração de todos. A nossa grande preocupação é não deixar que a nossa linha de trabalho fuja da simplicidade e que, por descuido, possamos cair na armadilha do orgulho, da vaidade e principalmente do misticismo, que é sempre combatido pela nossa maravilhosa Doutrina Espírita.



S.E.I.L. = Que conselhos ou orientações você daria a uma pessoa que esteja querendo participar dos muitos trabalhos que as casas espíritas oferecem a seus voluntários?

João Barboza:
Toda casa espírita bem direcionada, é um grande celeiro de atividades construtivas para qualquer pessoa. No entanto, a primeira coisa a fazer é se evangelizar, assimilando com amor as palavras do Evangelho de Jesus. Recomendamos o Evangelho Segundo o Espiritismo, que aborda todo ensinamento do Mestre da Galiléia com simplicidade e tão somente naquilo que é necessário para o nosso crescimento espiritual, que são os ensinamentos de ordem moral. E depois participar de grupos de estudo para ampliação dos conhecimentos da Doutrina Espírita, iniciando com o Livro dos Espíritos. Toda atividade na casa espírita é nobre porque é um trabalho para Jesus e com Jesus, portanto, nunca recuse qualquer atividade na casa, por mais simples que for aceite com amor.



S.E.I.L. = Se pudesse voltar no tempo, o que faria diferente aqui na casa?

João Barboza:
Teria me dedicado mais a todos os trabalhos.

S.E.I.L. = Fique a vontade para expor suas idéias finais.

João Barboza:
Toda a humanidade sabe que o progresso do ser humano é uma realidade e que não podemos fugir desta, pois é um designo Divino. No entanto muitas pessoas no afã de achar que está cumprindo um dever religioso fogem de toda e qualquer informação que não esteja dentro dos parâmetros da sua religião e com isto não se informa com novas idéias o que é pior, induz seus seguidores aos mesmos procedimentos.
Queremos dizer a todos que a Doutrina Espírita tem como iniciador o próprio Jesus Cristo, quando demonstrou aos seus discípulos no Monte Tabor, a capacidade que teve em evocar os espíritos de Elias e Moisés, além do fenômeno da sua própria transfiguração.



S.E.I.l. = Nesta pequena entrevista conhecemos mais um pouquinho de
nosso irmão. Que seu exemplo possa ser motivo de incentivo para outros
obreiros da doutrina espírita. No próximo mês estaremos entrevistando
mais um diretor de nossa casa. Até a próxima!